As primeiras semanas em Angola foram de adaptação, tudo era novo e desonhecido. Também teve que aprender a viver em uma realidade anormal, tiroteios durante todas as noites, o risco de pegar uma doença como malária, coléra, ameba e outras da região local. Realidade sufocante, muita miséria, soldados armados em todos os luagres, carros queimados, minas em todo lugar, correndo risco de pisar em uma delas, risco de ser atacado em campo de missão. Medo de ter que enfrentar toda essa realidade nova que estava a sua frente. Mas, depois de algum tempo, tudo não passava de uma rotina. Todo os medos e periogos, deixaram de ser e passaram a ser o cotidiano na vida dele. Também a vida com Deus e a vida de oração começou a ser mas forte, mas intensa. Aquela brusca realidade, levara o homem polaco a meditar e se prostar diante de Deus. Ao entrar em um carro em Luanda, nunca sabia se sairia vivo, se voltava pra casa. Estando em meio a tiroteios, conflitos, doenças e misérias, fazia com que ele estivesse em oração e mas perto de Deus do que nunca.
Mirek afirma fortemanete que tudo isso que ele fez, a escolha das missões na África, não foi pelo Papa, pela Igreja Católica Romana ou outro motivo, foi por ardor missionário, por desejo de levar a palavra de Deus a pessoas tão precisas e miseravéis em todos os âmbitos de suas vidas.
Mirek, muitas das vezes se sentia um devocionalista até mesmo em suas pregrações, mas estando alí, naquela realidade, ele sabia e se sentia um missionário de Deus onde pode ajudar a muita gente que precisava de um simples olhar de compaixão. Alí ele pode sentir e experimentar o verdadeiro sentido de "Ama a Deus e ao teu próximo como a te mesmo" e nunca aceitou que nenhum protestante a convidasse para ele conhecer Jesus, pois, ele a viu e sentiu de perto o conhecer e o amar a Deus.
Em todos os momentos e circunstâncias ele sentia de perto o tamanho amor de Deus e a sua grande compaixão pelo seus filhos e filhas dispersas pelo mundo inteiro.
Uma das experiências mas dificéis na sua vida de missão na África, foram os cosntantes ataques da malária. Em fim, no mes de abril de 1990, quando voltando de Luanda para missão em Tamboco (Nzeto) foi atacado pela malária tão forte e breve que se encontrava totalmente debilitado, quase sem acordar e com todos os sintomas fortes da malária.
Depois de uma semana, dois amigos dele da Polônia um padre e uma freira, levaram ele para Luanda onde conseguiram um lugar em um bom e caro hospital das Irmãs religiosas. Naqueles dias, ele se sentia bem ao estar em um bom e renomeado hospital, por ter pessoas tão boas cuidando dele e com a mesma iguladade, eram todos religiosos. Entretanto, depois de alguns dias, ainda debilitado e fraco, lhe perguntaram quem era responsavél por ele e quem pagaria suas despesas hospitalares, e assim, ele pode perceber que a solidadriedade que ele sentia antes, logo na chegada não passava de um mentira. Que não há solidariedade nem mesmo entre os religiosos.
Ao entrar em contato com o provincial na Polônia, a primeira atitude dele, era transferir o quanto antes o Homem Polaco e levar de volta para Polônia onde não pagaria as diárias hospitalares. Alí, Mirek pode experimentar o fel e ver que em uma congregação religiosa, existem classes A,B e C como em qualquer lugar e que um grupo religioso não é melhor e mais solidário que um grupo politico e etc...
Então sentiu a solidariedade polaca. Um colega padre lhe falou uma vez que, em uma comunidade religiosa é feita de pessoas que vivem juntas, mas não se conhecem, não se amam e quando um morre, ninguém por ele chora. Mirek, pode sentir na pele o que o nobre colega tinha lhe falo e nunca mas viu a sua congregação como uma familia de verdade.
Os médicos da Polônia pediram que ele não regressase mas para Angola, pois seu figado ficou muito debilitado e poderia não aguentar um próximo ataque da malária. Sem falar nada a ninguém, ele decediu regressar a Tamboco, pois, sentia um grande amor para com aquelas pessoas sofridas e aquela terra que ele achava tão linda. Para ficar mas perto dos médicos, saiu de Tamboco e foi fazer missões em Kifangondo. Nesse lugar, havia um santuário de Santo Antônio, famoso entre os povos Kimbundo. Era um lugar de muitas praticas pagãs e por isso, desprezado por muitos católicos mas conscientes, mas também era um lugar de muito dinheiro. A paróquia era grande com muitas comunidades pobres e refugiados da guerra.
O homem polaco sentia-se um pouco melhor podendo estar entre o povo, trabalhar com a juventude, fazer outro tipo de atividade pastoral e social.
Um dia, andando pela rua, encontrou um carro que tinha sofrido um acidente, era de um missionário da Igreja Evangélica Assembléia de Deus. Quando encontrou outros padres riu com eles que a concorrêcia tiveram perdas. Mas não passou muito tempo quando em 2 de junho de 1991, sua vida com Deus, com as pessoas e consigo mesmo mudou totalmente.
Esteve organizando paralelamente atividades com a juventude em várias comunidades de refugiados. Ele não sabia explicar como aconteceu. Naquele, dia e naquele momento, ele se dirigia de carro de uma dessas comunidades para outra e de cima de um barranco, saltou um garoto de 12 anos com uma mascara em seu rosto. No momento de impacto, ele não pode fazer nada, nem frear, nem puxar o volante. Ele sabia que não foi sua culpa, mas, em um momento desses, o motorista sente-se culpado pelo acontecido, por estar naquele momento e naquele lugar. Levou o garoto para o hospital, mas quando chegou lá, ele já estava morto. Então, o homem polaco, passou a noite em um posto policial e lá, um jovem policial tentou convencê-lo que tudo foi providência de Deus, era uma presdestinação e o homem polaco respondeu que não acreditava em predestinação e que Deus jamais a usaria como instrumento de morte para alguém.
Mas, seu coração naquele dia perdeu uma certa confiança que tinha quanto a Deus. Toda certeza da sua vocação, toda sua vida com Deus queria abandona-lo. Ele não tinha medo de sacrificar sua saúde e até mesmo sua vida em nome de Deus, mas não imaginava que iria passar por tamanha prova em sua vida.
Desde aquele dia, começou a temer a Deus e do que Deus teria preparado para ele e orava para que o Senhor não a colocasse mas em prova, para que Deus não colocasse outra tamanha prova daquela na vida dele. Por muito tempo, teve medo de dirigir um carro e durante toda sua vida, só dirigia quando era necessário.
Perdeu a alegria de celebrar as missas, de estar em meio a povo e de continuar sua vida missionária. Se sentia sujo, impuro...abalado, foi passar uns tempos nas missões em sua antiga Tomboko.
Chegando lá, recebu a noticia que seu antigo bispo morreu carbonizado em um acidente de helicópetro militar. Haviam muitos bispos em Angola preocupados mas com a diocese do que com sua familia. O bispo Afonso Nteka foi um daqueles honestos...Em Nzeto encontrou irmão Domingos, argentino, que mesmo tendo terminado os estudos superiores não quis ser um religioso mas que se dirigia a Angola para ajudar ao povo sofrido que não tinha médicos e nem enfermeiros. Juntos, trabalharam, brincaram, mas para sua surpresa, uma semana depois, seu nobre colega morreu no primeiro ataque a malária.
A morte de seu colega, abalou sua vida ainda mais. Foram dois grandes fortes acontecimentos ao mesmo tempo e ele sabia que o próximo ataque de malária morreria também.Então, resolveu pedir transferência para outro país, um país sem malária. Até seu fim de estadia em Angola, ele foi grato a Deus, pois o seu Deus a cuidou dele sem deixar que um outro ataque de malária acontecesse em sua vida. Deus teve outros planos para o homem polaco e alí ele pode ver o amor e a misericórdia do deus que algum tempo ele já não confiava e abalava sua fé.
No ano de 1992 ele consegiu sua tranferência para o Brasil.